Apesar das incertezas político-econômicas do início de 2016, projetos de mobilidade tendem a continuar crescendo
por Marco Boemeke
O início deste ano é muito diferente de 2015 para o universo de mobilidade. Ainda em janeiro, a gigante de virtualização VMware adquiria a AirWatch, empresa criada em 2003 especificamente para gestão de dispositivos móveis. A notícia dava a tônica dos meses que se seguiriam e indicava um mercado aquecido e disputado por marcas maduras e estruturadas, como a IBM que, em julho, anunciaria parceria com a Apple.
A instabilidade econômica reflete em mais cautela nas decisões e anúncios, mas isso não significa que as coisas vão parar ou que mobilidade perdeu relevância entre os grandes players – muito pelo contrário: o tema ganha ainda mais apelo. Por mais que seja um conceito plenamente entendido, a oportunidade de crescimento ainda é muito grande: estamos falando de um mercado relativamente jovem e que carece não somente de soluções, mas de consultoria estratégica para desenho de projetos consistentes e prestação de serviços qualificados.
Localmente, o mercado brasileiro continua recheado de incertezas político-econômicas enquanto outros países da América Latina, como a Argentina e Colômbia, ganham destaque como perspectiva de negócios. Parte do interesse de grandes marcas, antes voltado em sua maioria para o Brasil, começa a mirar outros países da região. Os negócios em dólar são os mais afetados: renegociar contratos firmados ano passado, com a moeda norte-americana 70% mais cara, é tarefa árdua e desgastante.
Tudo isso vai demandar ainda mais de fornecedores locais, que precisam adequar sua abordagem e modelo de negócios ao momento e necessidade da demanda. Saímos de um período onde a sede por inovação foi substituída pela austeridade e demanda por redução de custos. Clientes dão mais valor, neste momento, a projetos que ajudem a reduzir despesas e aumentar eficiência e performance, e menos a ideias que projetem a marca pela sua capacidade inovativa.
Neste momento, por exemplo, vemos mais apelo para projetos de Bring Your Own Device (Byod), pelo qual os colaboradores usam seus próprios dispositivos no trabalho e a companhia fica responsável por fornecer ferramentas de gerenciamento que garantam a proteção e separação dos dados pessoais dos corporativos. Até então, esse movimento era um pouco lento no Brasil: a pesquisa “Byod no Brasil: adoção, gestão e desafios na visão dos líderes de TI” (baixe-a no fim do post) indicava pouco conhecimento sobre o tema, com 30% dos respondentes afirmando permitir que todos os usuários conectassem smartphones e tablets à rede corporativa sem, contudo, manter uma política sólida e estruturada de mobilidade. Como o subsídio à compra de aparelhos por parte das operadoras está menor neste ano, o modelo desponta como interessante, por reduzir custos, e para o colaborador, por facilitar suas atividades. E diante do cenário mostrado pelo estudo, há uma necessidade enorme de implantação de políticas de gerenciamento para evitar que a ideia, em vez de trazer eficiência e economia, gere exposição financeira e de marca por problemas de segurança da informação.
Crises virão e passarão, elas fazem parte do ciclo econômico. Independentemente disso, oportunidades mudam de roupagem mas continuam presentes, desde que adaptemos o nosso olhar. Quanto a isso, não há a menor dúvida, especialmente num mundo que se torna cada vez mais móvel.
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