Incompreensão sobre o conceito pode gerar políticas de gestão de dispositivos inadequada, comprometendo a segurança e integridade das informações
por Vinícius Boemeke
Conduzimos entre o fim de 2014 e o começo de 2015 a pesquisa “Byod no Brasil: adoção, gestão e desafios na visão dos líderes de TI”, em parceria com a Integrare 360º – Marketing de Conteúdo. A ideia foi identificar como o mercado enxerga projetos de mobilidade e como lida com o movimento de Bring Your Own Device, ou traga seu próprio dispositivo, conforme a tradução literal para o português (a pesquisa está disponível no fim desse post)..
Além de descobrir diversos dados interessantes sobre a prática no Brasil, averiguamos que se confunde Byod com mobilidade, apesar de os termos serem conceitualmente diferentes. Fizemos uma pergunta para confirmar a existência da confusão: “qual modelo de Byod é/deve ser utilizado?”. Demos as seguintes possibilidades:
- A empresa escolhe o modelo de smartphone/tablet de sua preferência e paga totalmente seu valor. O colaborador toma emprestado o dispositivo e deve devolvê-lo quando deixar a companhia
- O funcionário traz seu dispositivo pessoal e o conecta à rede corporativa, desde que o aparelho atenda a especificações pré-determinadas de hardware/software
- A empresa possui politicas de Byod, mas permite que qualquer dispositivo pessoal de funcionário seja conectado à rede corporativa, sem qualquer restrição quanto a modelo do aparelho
- Não há política de Byod e a empresa permite que qualquer dispositivo pessoal de funcionário seja conectado à rede corporativa, sem qualquer restrição quanto a modelo do aparelho
- A equipe de TI fornece um cardápio com alguns modelos de smartphones/tablets. O usuário escolhe o de sua preferência e a empresa arca com parte do valor do dispositivo. Quando deixa a companhia, o smartphone/tablet é levado pelo colaborador
A opção que recebeu o maior índice de respostas foi a primeira: “a empresa escolhe o modelo de smartphone/tablet de sua preferência e paga totalmente seu valor. O colaborador toma emprestado o dispositivo e deve devolvê-lo quando deixar a companhia”, com quase 40% de preferência. Só que isso não é Byod.
Quando falamos nos movimentos de consumerização e Bring Your Own Device, o cenário é mais colaborativo e tem a equipe como agente central de transformação, já que é ela que pendura seus dispositivos pessoais na rede da organização e demanda resposta, gestão, garantia da segurança e integridade dos dados por parte do departamento de tecnologia da informação. Já mobilidade é centrada em tablets e smartphones fornecidos e geridos pela empresa a partir de modelos padronizados.
A diferença pode parecer insignificante, mas não é. O conceito adotado determina as políticas que deverão ser seguidas para garantir a segurança e integridade das informações, bem como a privacidade do usuário e melhores resultados do projeto. Apenas para citar alguns exemplos, se o dispositivo é do usuário e está inserido em uma política de Byod, por exemplo, é preciso que soluções façam a conteinerização dos dados corporativos, que devem estar totalmente separados e inacessíveis em relação aos pessoais. Também deve haver uma política sobre o reembolso da conta de telefone e os procedimentos a serem adotados em caso de perda ou roubo do aparelho.
Estamos ainda nos primeiros dias do Byod, então, confusões como essa são muito comuns. Com o tempo, a atividade vai se firmar dentro das empresas e suas regras ficarão mais claras.
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