Mercado, de fato, não está preparado para oferecer soluções que garantam a prática, mas cenário deve mudar em um prazo não muito longo
por Vinícius Boemeke
Tem alguns dias, a CompTIA, uma entidade internacional de certificação vendor neutral em TI, divulgou uma pesquisa aparentemente polêmica, mas que, ao meu ver, faz todo o sentido: empresas norte-americanas começam a abandonar estratégias de Byod (Bring Your Own Device) por motivos de segurança.
O estudo revela que 53% das companhias proíbem que funcionários levem seus dispositivos móveis ao local de trabalho. Essa proporção, em 2013, era de 34%. Em 2014, houve um novo aumento, para 45% dos respondentes, deixando claro que a tendência é a de mais conservadorismo nas políticas de mobilidade. Entre os motivos apontados estão a necessidade de aprimoramento tecnológico (43%), a necessidade de centralizar o controle da segurança (35%) e a despreocupação dos usuários com segurança (31%).
No início do ano, também divulgamos um levantamento, o “Byod no Brasil: adoção, gestão e desafios na visão dos líderes de TI”, feito pela MDM Solutions em parceria com a Integrare 360º – Marketing de Conteúdo, e nos chamou a atenção que quase 30% dos entrevistados dizem não ter uma política formal de Byod mas que, mesmo assim, permitem que todos os funcionários utilizem seus próprios equipamentos na rotina de trabalho. Isso não é Byod, é exposição da segurança da informação. (Baixe aqui a pesquisa)
Hoje, nem todos os fabricantes e sistemas operacionais já estão maduros para atender o Byod de forma satisfatória para a empresa e para o usuário. Sim, há riscos de exposição dos dois lados: assim como a companhia não quer que seus dados sejam vazados, o colaborador não deseja que o acesso e funcionalidades de seu dispositivo pessoal sejam restringidos. Também não é interessante que o administrador da TI possa ver as fotos mais recentes que ele tirou no fim de semana.
Para que o ambiente de Byod seja praticável, é preciso que dados pessoais e corporativos sejam totalmente separados e independentes, de forma a não expor nenhum dos dois lados.
Claro que essa situação tende a mudar em um prazo não muito longo de tempo: vemos uma evolução do mercado, com a chegada, por exemplo, do Android for Work, que traz mais segurança para a empresa e privacidade para o usuário em uma funcionalidade de conteinerização – ou separação total dos ambientes pessoal e corporativo -, nativa da plataforma. Isso dispensa customizações do fabricante ou soluções alternativas de ferramentas de Mobile Device Management (MDM) ou Enterprise Device Management (EMM) e facilita a implementação dos projetos.
O desenvolvimento massivo de soluções para atender a essas necessidades vai promover uma nova ascendência da curva de adoção de Byod – um modelo interessante e rentável para todos, quando possui premissas bem estabelecidas – e garantir que a prática seja mais profissional. E não vai demorar muito.
[downloadcartilha file=”https://www.dropbox.com/s/tb53sbiayp653xy/Cartilha_BYOD.pdf?dl=1″ title=”Cartilha_BYOD.pdf”]
Saiba mais:
Baixe aqui a pesquisa “BYOD no Brasil: adoção, gestão e desafios na visão dos líderes de TI”
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