Atratividade de um sistema operacional não se limita à sua capacidade de integração: ele deve oferecer tantos apps quanto forem necessário, seja para a rotina de trabalho, seja para atividades pessoais
por Vinícius Bomeke
Comentei em outro artigo sobre a importância do passo dado pela Microsoft ao fazer o Windows 10 ser multiplataforma, compatível com tablets, smartphones e computadores. Essa integração permite que as soluções de Mobile Device Managemente (MDM, ou gestão de dispositivos móveis) evoluam para um patamar de gestão por identidade, e não mais por aparelho utilizado pelo colaborador (leia o artigo “Identity Management: Windows 10 em smartphones marca nova era do MDM“). Contudo, o desafio, agora, é outro: aplicativos.
Entendo que, para os departamentos de TI, é interessante padronizar seu parque tecnológico, e sei que muitas empresas deixaram de homologar sistemas móveis Microsoft devido a suas políticas pouco flexíveis. Agora que é multiplataforma, o Windows 10 está mais atraente para gestores de TI, por centralizar a administração de vários dispositivos, e para usuários, que não precisarão aprender a usar novas plataformas e interfaces, de diferentes sistemas operacionais, para usar recursos corporativos. Não retiro nada do que disse – ou que escrevi. Mas a atratividade de um sistema operacional não mora somente na sua capacidade de integração dentro do ambiente corporativo. É preciso que ele ofereça tantos apps quanto forem necessário, seja para a rotina de trabalho, seja para atividades pessoais.
Vejamos, por exemplo, dados do Gartner. Segundo a consultoria, dos smartphones vendidos em todo o mundo no segundo trimestre de 2015, apenas 2,5% possuíam Windows Phone – menos ainda do que os 2,8% do mesmo período do ano anterior. Android, por sua vez, estava em 82,2% das vendas, seguido por iOS, com 14,6%. Vale citar que a participação do sistema operacional do Google é muito maior do que o da Apple por ser open source e utilizado pela maior parte das fabricantes de smartphone ao redor do globo.
E quando olhamos dados de aplicativos móveis, novamente a plataforma da Microsof fica na lanterninha. Os dados que encontrei no Tecmundo são de 2014, mas refletem bem um cenário que, certamente, não mudou em termos proporcionais: Android, com 1,3 milhão; Apple com 1,2 milhão e, Windows Phone, com 300 mil.
Caso a companhia foque em programas de Bring Your Own Device (Byod), grande parte do público vai ter um aparelho com iOS ou Android. Então, de que adianta, do outro lado, a empresa investir na migração para a plataforma integrada do Windows 10 se os usuários não possuírem o dispositivo?
Mantenho o que disse – as perspectivas de uma plataforma unificada são ótimas – mas há um trabalho a ser feito do lado de aplicativos móveis. E ele não pode ser deixado de lado.
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