Particularidades que diferenciam dispositivos são cada vez menos determinantes, ressaltando a importância da gestão de identidade
por Vinícius Boemeke
O lançamento do Windows 10, em 29 de julho, trouxe novidades que privilegiam a experiência do usuário e buscam reposicionar a Microsoft no mercado corporativo, com uma oferta mais atraente para tablets e smartphones. E isso é um passo importante em direção a um novo paradigma das soluções de Mobile Device Management (MDM, ou gestão de dispositivos móveis), que serão cada vez mais centradas no usuário, dentro do conceito de identity management, do que no aparelho que ele usa.
O sistema operacional dá, pela primeira vez, um passo na integração de experiência entre todos os dispositivos que utilizam a marca, sejam eles desktops, notebooks, tablets ou smartphones. A ideia é descartar a criação, do zero, de sistemas operacionais específicos, como é o caso do Windows Phone, e partir para uma adaptação da plataforma. E isso é trabalho para o Continuum: ele garante a continuidade do ambiente do computador em outros dispositivos. O mesmo vale para aplicativos universais da suíte Office, que terão uma só versão compatível com PC, mobiles e até o dispositivo de realidade virtual HoloLens. As soluções de gestão e segurança também avançam funções vistas em instâncias anteriores, como a separação de dados pessoais e corporativos, que está mais flexível e não requer mudanças nos apps.
É aqui que ocorre o reposicionamento da marca, que nunca obteve muito sucesso em termos de mobilidade corporativa. Para se ter uma ideia, segundo a pesquisa “Byod no Brasil: adoção, gestão na visão de líderes de TI”, produzida pela MDM Solutions em parceria com a Integrare 360º – Marketing de Conteúdo, as plataformas Microsoft respondem por apenas 13,04% do parque móvel das empresas, atrás de Android (41,30%) e iOS (36,96%) (baixe a pesquisa no fim do texto). Com 73 respostas válidas, a consulta não tem caráter científico, mas o dado é corroborado pela análise mundial da International Data Corporation (IDC), segundo a qual Android (78%) e iOS (18,3%) dominam o share, bem antes do Windows Phone (2,7%).
Para os departamentos de TI, é interessante padronizar seu parque tecnológico, mas muitas empresas deixaram de homologar sistemas móveis Microsoft devido a suas políticas pouco flexíveis. Multiplataforma, o Windows 10 será muito atraente para gestores de TI, por centralizar a administração de vários dispositivos, e para usuários, que não precisarão aprender a usar novas plataformas e interfaces, de diferentes sistemas operacionais, para usar recursos corporativos.
Nesse paradigma, as soluções de MDM atingem uma nova etapa. Com um sistema operacional comum a computadores, smartphones e tablets, a companhia não precisará mais se preocupar com a compatibilidade das políticas e aplicações adotadas para cada plataforma. Chega, então, a hora do identity management, ou gestão de identidade, ao qual me referi no começo do texto. Pouco importará por onde o usuário acessa a informação – a questão a ser respondida será: “ele pode acessar?”. Depois da integração, tudo será mais fácil. O desafio, agora, é adaptar a forma como se pensa e se gere mobilidade.
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