WhatsApp não pode ser monitorado por MDM. E isso é bom e ruim

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Criado para uso pessoal, o aplicativo não possui as APIs necessárias para auditoria do seu conteúdo por soluções corporativas, o que mexe com a forma de pensar a TI

por Vinícius Boemeke

Não, conversas no WhatsApp não podem ser monitoradas por soluções de Mobile Device Management (MDM, ou gestão de dispositivos móveis). E isso é bom e ruim ao mesmo tempo.

O acesso à troca de mensagens é impossível graças a uma regra simples e que vale para todo tipo de aplicação móvel: o software foi desenvolvido para uso pessoal e, portanto, sem as Interfaces de Programação de Aplicações (APIs, na sigla em inglês) focadas no uso corporativo. Os cerca de 800 milhões de usuários da ferramenta ao redor do mundo têm suas conversas totalmente fora do alcance da TI, que só consegue saber se o aplicativo está lá, baixado no dispositivo.

O lado ruim disso tudo é, obviamente, perder controle sobre o que é trocado de informação pelo sistema de mensagens – diferentemente do que ocorre com o e-mail corporativo, que pode ser totalmente rastreado. E nem me refiro, somente, a vazamento de informações sigilosas, mas a orientações de trabalhos dadas pelos gestores, conversas com clientes e a “reuniões” feitas em grupos de discussão, que acabam virando uma sala virtual de trabalho.

O lado positivo de tudo isso é que o colaborador e, principalmente, funcionários de alto escalão, sentem-se mais tranquilos e confortáveis, sabendo que a equipe de TI não terá acesso a suas informações pessoais – especialmente quando falamos na prática do Bring Your Own Device (Byod, ou traga seu próprio dispositivo), quando os colaboradores cedem seu aparelho para uso corporativo.

O que as ferramentas de MDM fazem – e fazem bem – é bloquear o acesso a aplicativos indesejados, incluindo, claro, o WhastApp. Basta criar uma Black List com esse e outros programas proibidos, que o usuário não conseguirá baixar ou operar nenhum no dispositivo corporativo. Há, ainda, serviços de troca de mensagens similares, criados especificamente para atender o mercado corporativo, que possuem APIs e permitem o monitoramento.

Mas, vamos ser sinceros: é praticamente impossível, e nem sei se é desejável, impedir que o usuário se comunique da maneira que ele bem entender. O WhatsApp pode ser bloqueado, mas ainda há outros recursos de mensagem, como FaceTime, iMessage, Skype e tantos outros. Caso o MDM seja extremamente restritivo, a pessoa pode, ainda, ter um segundo aparelho, exclusivamente pessoal, e baixar quantos aplicativos quiser e usar da maneira que preferir – para trabalho, inclusive.

Não adianta tentar frear a revolução que o hábito dos usuários traz para a TI: seria um trabalho árduo, constante e pouco efetivo. O único desafio frutífero é entender como a tecnologia da informação pode garantir um ambiente seguro, produtivo e adaptado às necessidades de todos. E, para isso, não há receita de bolo.

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