Em um cenário mais maduro, será possível quantificar os incrementos de produtividade e agilidade nos processos de negócios
por Vinícius Boemeke
O AirWatch Connect 2014 – evento realizado em outubro, nos Estados Unidos – trouxe às claras algumas diferenças que eu já percebia na maturidade de adoção de projetos de mobilidade entre Brasil e, especialmente, Estados Unidos.
Por aqui, ainda estamos em um primeiro nível, com foco em Mobile Device Management (MDM), que trata basicamente da gestão de dispositivos móveis conectados à rede corporativa. Nos Estados Unidos, é possível ver uma ampla presença do Enterprise Mobility Management (EMM), que é um passo superior ao MDM por agregar a gestão de aplicativos, e-mail e conteúdo.
Como resultado, projetos brasileiros ainda focam no desenvolvimento de aplicativos para negócios, enquanto norte-americanos sincronizam arquivos, acessam repositórios internos e integram seus sistemas totalmente, abrangendo qualquer informação que esteja no computador da empresa entre todos os tipos de dispositivos carregados pelos funcionários, não importa o lugar do mundo do qual trabalhem. Isso gerou a necessidade de fortalecer camadas e certificados de segurança, assim como sistemas de Data Loss Prevention (DLP).
Em um cenário mais maduro, já é possível quantificar os incrementos de produtividade e agilidade nos processos de negócios nos Estados Unidos: pense no quanto se economiza de tempo no caso, por exemplo, de um diretor que está em viagem internacional e pode revisar documentos para aprovar ou negar solicitações feitas pela sua equipe.
Por fim, no Brasil, CIOs e gerentes de TI ainda arrancam os cabelos em dúvidas sobre os impactos trabalhistas das políticas de Bring Your Own Device e dependem fortemente do departamento jurídico para tomar decisões que envolvam Byod. Como o nível de adoção nos Estados Unidos é muito maior, o conhecimento sobre legislação está claro e os próprios líderes de TI têm as regras na ponta da língua.
Isso não quer dizer que estamos “atrasados”, mas, sim, que o Brasil passa por um processo evolutivo que empresas norte-americanas já concluíram. Agora, é só uma questão de se preparar para o que está por vir – e aproveitar aquilo que já foi testado em campo por outras empresas.
Este foi o segundo e último artigo que escrevi sobre o AirWatch Connet 2014. Leia o primeiro aqui: (#1) O que vi no AirWatch Connect 2014: tendências em MDM.
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