Novas versões dos sistemas operacionais são mais adequadas às empresas, que buscam nos projetos ganho de produtividade e inovação
por Vinícius Boemeke
Tanto clientes quanto fornecedores mostraram que 2015 foi um ano no qual a mobilidade corporativa deu passos largo rumo à maturidade. De um lado, marcas apresentaram plataformas parrudas e consistentes; do outro, compradores foram mais cautelosos na implantação de projetos.
O anúncio do Windows 10, que integra os sistemas operacionais móvel e fixo em um único ambiente, elevou a Microsoft no patamar de competitividade em relação às plataformas puramente móveis e queridinhas do mercado corporativo, com destaque para o Android. Falando nele, o sistema do Google, em sua versão 6, se mostrou mais adequado a empresas: com funcionalidades que antes eram obtidas somente com em dispositivos específicos de alguns fabricantes estão agora nativas, deixando a plataforma mais atrativa para projetos de mobilidade que demandam um combinado de flexibilidade e segurança. O iOS 9 também veio mais adaptável à cena corporativa, apostando, também, em funcionalidades nativas.
Do lado do cliente, vimos um ganho maior de conhecimento. No passado, a mobilidade era encarada com mais urgência e, muitas vezes, não era pensada de forma integrada: criavam-se apps para cada demanda, por exemplo, sem integração e gerando retrabalho e falta de comunicação, em vez do esperado ganho de produtividade. Hoje, os projetos estão mais bem pensados e estruturados e a equipe de TI tem estressado mais suas ideias antes de levá-las a campo. Além disso, aos poucos, a mobilidade se espalha pela empresa: a principal porta de entrada para a estratégia foram as equipes de campo, que viram nos dispositivos uma forma de agilizar os processos de inserção e acesso a dados, por exemplo. Com o modelo atestado, outros departamentos se apoiam em mobilidade com foco em inovação.
O que ainda não engatou no mercado foram os wearable devices. A IDC estimou em março de 2015 que até o fim do ano seriam desembarcados 45,7 milhões de unidades de vestíveis no mundo e eu mesmo escrevi em outubro de 2014 um artigo para o IT Forum 365 falando sobre a migração do Bring Your Own Device (Byod) para o Wear Your Own Device (Wyod). O movimento é legítimo, mas alguns fatores, com destaque para a alta do dólar, que deixou os produtos mais caros, ainda impedem uma adoção massiva dos wearables no universe corporativo brasileiro. Continuo acreditando no potencial de ferramentas: imagine um smartwatch, seja fornecido pela empresa, seja trazido de casa pelo colaborador, cumprindo a função de crachá de acesso, servindo de apoio a equipes de campo ou monitorando informações vitais de funcionários que trabalham em serviços braçais. Mas, devido às condições de mercado e à necessidade de um desenvolvimento de cultura, essa é uma tendência que precisará de um pouco mais de tempo para pegar de vez.
Não dá para negar que, de forma geral, a alta do dólar e seu reflexo no preço de softwares e dispositivos impactou nos projetos, o que demanda uma abordagem mais flexível dos fornecedores na combinação de funcionalidades, preço e condições. Mas isso fica para o ano que vem!
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