Por mais que o cenário econômico não aponte crescimento do país como um todo, as empresas vão se preparar para ter mais eficiência e competitividade
por Marco Boemeke
Há cerca de três meses, abriu um restaurante perto da MDM Solutions. O foco era atender o público que quisesse comer e ouvir musica ao vivo durante a noite. Como estamos em Perdizes, um bairro majoritariamente residencial da capital paulista, a ideia não deu muito certo e o ambiente vivia vazio. Um tempo depois, mudaram a estratégia e passaram a servir almoço, na expectativa de angariar cliente. Outro dia passei em frente ao espaço e me deparei com as portas fechadas. Não deu certo.
Me pergunto como é possível fazer investimentos, que não são baixos, para abrir um restaurante e ter de fechá-lo em menos três meses? Tem alguma coisa errada. Se o local fornece uma comida minimamente boa, em São Paulo, onde há milhares de pessoas que precisam se alimentar, como é possível não dar certo? Fica claro que faltou alguma coisa no desenvolvimento estratégico do projeto. Não foram feitas algumas perguntas básicas, como: o lugar é adequado para o que você oferecer? Há fluxo de caixa suficiente para esperar o tempo de conquistar a clientela? Consigo oferecer uma qualidade que atenda as expectativas?
Dos meus 30 anos de experiência no mercado de telecom, os últimos três foram como empreendedor. Nesses 36 meses, aprendi que existe oportunidade para todos, mas que o desafio é grande. Normalmente, o executivo de uma grande empresa possui uma visão segmentada, focada somente em sua área. Quando ele se torna empresário, precisa ter a capacidade de olhar para o todo.
E isso vale especialmente para 2015, que será um ano de muitas oportunidades no mercado brasileiro de mobilidade – mas de desafios na mesma proporção. É preciso ter um plano de negócios muito claro e estruturado – além, claro, de uma preparação financeira forte e robusta, o que significa mais capital próprio e menos necessidade de empréstimo.
Por mais que o cenário econômico não aponte crescimento do país como um todo, as empresas vão se preparar para ter mais eficiência e competitividade. Isso está ligado diretamente a ferramentas de mobilidade e políticas de Bring Your Own Device, já que elevam a produtividade. O ano que vem será pautado em investimentos em TIC de retorno rápido, que ajudem a empresa a melhorar a eficiência e a passar pela restrição econômica.
Especialmente em anos complicados, como tende a ser 2015, o preparo e habilidade de gestão são fundamentais para reduzir riscos e impacto. O contrário é verdadeiro: companhias mal amparadas ficam mais expostas e sujeitas a não segurar o tranco. Em qual fornecedor você acha que o cliente vai apostar? Naquele que está consolidado ou no que pode fechar as portas em três meses? Então, é hora de se preparar.