Publicada em 18 de março de 2013 (Information Week)
Incertezas quanto ao controle de testes, ciclo de atualização e segurança dos dados ainda pesam para os departamentos de TI
Os defensores do BYOD (Bring Your Own Device, em inglês) e da consumerização prometeram que a nova tendência iria melhorar a produtividade dos funcionários, pelo fato de poderem escolher o aparelho que quiserem e acessar os dados do lugar que preferirem. Mesmo assim, os departamentos de TI ainda têm resistido ao BYOD e à consumerização porque a percepção é de que se perde o controle dos testes, do ciclo de atualização, dos dados e até mesmo do entendimento de como o aplicativo funciona. A facilidade de uso cria um encargo adicional para a equipe de TI. Aqui está um exemplo perfeito.
Quando fui trabalhar no departamento de TI do meu escritório de advocacia, herdei a manutenção e o suporte de um pacote convencional de PC chamado Philips SpeechExec. São dois clientes: um para a pessoa que dita e outro para a que transcreve. Nós não temos usuários suficientes para justificar a versão de SpeechExec utilizada na empresa, de modo que cada instalação foi autônoma. Qualquer administrador de desktop irá dizer que implantar vários pacotes autônomos irá gerar uma série de problemas. O dinheiro que você economiza com um produto mais barato é mais do que gasta com suporte.
Quando migramos para o Windows 7, vi uma oportunidade de aproveitar o BYOD. Em vez de transportar gravador de dictation de US$500, os advogados podem baixar um aplicativo e ditar de seu iOS ou dispositivo Droid. Uma vez que retornarem para o escritório e fazer a sincronização, poderiam enviar um e-mail usando a conta corporativa.
Eu dei instruções a um advogado no escritório para acessar a loja de aplicativos iOS e baixar o iProRecorder. Eu vinha testando durante meses e um dos advogados – que foi um dos primeiros a adotar – estava contente com o aplicativo, que custou US$ 1,99.
Então um advogado me enviou um e-mail porque estava aborrecido pelo fato de não ter encontrado o aplicativo na loja. Fui verificar e ele estava certo. Na verdade, o recurso havia sido removido do meu iPad. Liguei para advogado que foi um dos primeiros a adotar e o aplicativo também havia ido embora do iPhone dele. Ele estava mais irritado ainda porque havia perdido um ditado. Não foi só o app que havia sido removido sem aviso, mas sim o trabalho dele.
O iProRecorder, da BIAS, saiu de cena em 2012. Seu site agradecia aos clientes pelos negócios, mas as vendas decrescentes forçaram a BIAS a fechar suas portas virtuais e parar de oferecer suporte.
Agora eu precisava encontrar um programa novo de dictation que atendesse às necessidades sem o conforto que eu estava tendo desde os meses de testes com o iProRecorder.
Foi então que escolhi o Dictate on Demand. Era leve e tinha alguns recursos simples e de edição e compressão. O melhor de tudo era que poderia ser lido pelo software de transcrição Olympus DSS. Fiz todos os testes de costume, certificando- se de que um ditado pode ser criado, modificado, salvo, enviado, recebido e finalmente aberto com a Olympus DSS Pro Player Transcribe. Funcionou no meu PC e no da secretária. O que poderia dar errado então?
Dois dias depois, recebi um telefonema com o advogado que enviou o ditado, dizendo que sua secretária não estava recebendo. Por quê? Porque totalizava cerca de 10MB e foi destituído pelo servidor Exchange. Então, para onde foi o arquivo? Felizmente, ele ainda estava no iPhone. Eu configurei o arquivo para ser compactado antes de enviado, assim esse ditado de nove minutos poderia ser comprimido através do servidor de correio. Foi o que aconteceu, mas o software de compressão havia sido convertido de um arquivo WAV para um M4a! Foi quando eu descobri que a Olympus DSS Player Pro não lia arquivos M4a. Todos os testes foram em vão.
Para complicar ainda mais, eu só tinha a primeira geração do iPad e não podia realizar testes de maneira confiável porque os aplicativos iOS chegam até a versão 5.1 e iPads atuais rodam a 6.1. Peguei o aparelho mais novo da empresa e tive que usar a conta corporativa para baixar, testar e encontrar um app substituto.
Para os advogados que não podiam esperar, tive que voltar para o hardware e software antigos para que pudessem continuar ditando enquanto eu buscava uma solução. Então, finalmente, encontrei Dictamus, um produto alemão, a um preço razoável de US$ 16,99 e que satisfaz todos os requisitos para a compressão de criptografia, sendo capaz de ser lido pelo software do secretário de transcrição.
Fim do pesadelo
Por estarmos trabalhando agora em um ambiente híbrido de CoIT, o funcionário faz parte do ciclo de testes, algo a que ele não está acostumado e algo que os administradores de TI preferem não envolvê-lo. Queremos testar exaustivamente, implantar e esquecer. Os funcionários não são utilizados nesses testes que a TI executa em uma base regular. Eles foram condicionados a acreditar que quando as ferramentas de software chegam, elas estão absolutamente prontas. E assim como a BIAS pode encerrar seus negócios e levar seus dados junto, a TI pode ter mais surpresas que o habitual em uma manhã de segunda-feira.
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http://informationweek.itweb.com.br/13344/como-o-byod-pode-complicar-o-suporte