Mobilidade #2: 6 erros das equipes internas com apps corporativos

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Falta de integração, seja ela estratégica ou operacional, e pouca comunicação com demais departamentos refletem um ponto em comum: pouca preparação para o projeto

por Vinícius Boemeke

Há alguns dias escrevi um artigo comentando os quatro pontos principais de alerta quando se contrata uma empresa para desenvolver um aplicativo corporativo. Mas o desenvolvimento de apps requer preparos importantíssimos também do lado do cliente.

Os seis problemas que identifiquei como mais recorrentes partem de um ponto em comum: pouca preparação para o projeto.

  • Falta de integração estratégica: O primeiro, e mais relevante erro, talvez seja o de pensar que mobilidade é uma estratégia apartada do resto da empresa. Se forem vistos como um silo e não integrados aos demais sistemas e processos, projetos móveis tendem a ser subaproveitados, gerar retrabalho e ser fonte de exposição ao risco.
  • Falta de integração operacional: é comum não haver integração ou se contratar sistemas complexos que são subutilizados por pura falta de conhecimento técnico. É preciso conhecer profundamente as ferramentas adotadas e verificar, antes de iniciar o projeto, como integrar o sistema de gestão de dispositivos móveis (Mobile Device Management, ou MDM) ou de gestão da mobilidade corporativa (Enterprise Mobility Management, ou EMM) ao restante das aplicações corporativas.
  • TI? Que TI?: com soluções em nuvem cada vez mais fáceis, baratas e intuitivas, não é incomum que áreas que não estão ligadas à TI, como o marketing, testem e comprem o app diretamente, sem consultar o CIO. Esse é um erro fundamental que pode afetar diretamente a experiência do usuário da aplicação, já que a área de tecnologia da informação é responsável por tomar as providências necessárias de otimização da infraestrutura, proteção à segurança da informação e possui conhecimento específico para resolver questões de desempenho, compatibilidade com diversas versões de sistemas operacionais, entre outros.
  • Despreparo interno: a infraestrutura corporativa está dimensionada para atender o aumento da demanda que virá com a disponibilização daquele aplicativo? A empresa possui alguma ferramenta de gestão (EMM, MDM) para proporcionar o nível de segurança exigido e que garanta uma comunicação a partir de um único ponto de entrada, de forma segura compatível com as políticas da organização? Nada disso deveria ficar de fora da análise, apesar de o dia a dia mostrar o contrário.
  • Barato (nem bonito, nem bom): é preciso acabar com essa história de decisão de compra a partir do preço dos dispositivos ou aquisição dos aparelhos por uma área não especialista. O ideal é que a TI defina as especificações mínimas no desenho do projeto e selecione os aparelhos que vão atender os requisitos estabelecidos para o melhor desempenho da aplicação corporativa.
  • Sem visão de futuro: projetos ótimos e muito bem elaborados, mas que atendam, somente, a uma necessidade imediata não são tão ótimos assim. O mundo está se tornando móvel e é preciso ter aplicações altamente flexíveis, que estejam preparadas para o futuro. É preciso investir mais tempo no planejamento, fazer perguntas às áreas que vão utilizar o aplicativo, aprofundar-se sobre a perspectiva de crescimento da companhia para entender quais processos, tarefas e até funções de outros departamentos poderão ser integrados à aplicação com a evolução do negócio.

Se em mercados mais maduros é comum haver erros de processos, naqueles ainda em desenvolvimento, como é o caso da mobilidade, equívocos de planejamento e implementação são ainda mais recorrentes. Na dúvida, é só não se esquecer que mobilidade é um projeto que merece gestão e preparação cuidadosos, como qualquer outro. O fato de o software rodar em um smartphone ou tablet ou e estar cada vez mais fácil adquirir um aplicativo móvel faz dele mais simples ou menos importante.

*Vinícius Boemeke é diretor de marketing e tecnologia da MDM Solutions

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Imagem: Freeimages.com

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