Por que o novo iOS 9.3 estimula o uso de iPad em salas de aula

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Novas funcionalidades – entre elas a que permite o compartilhamento dos dispositivos e a visão integrada do conteúdo pelo professor – trazem mais controle e reduzem custo

por Vinícius Boemeke

“Os dias de laboratórios de computadores, com filas de telas esperando pelos estudantes estão, aos poucos, se esgotando”. Li essa frase em uma reportagem do site norte-americano InformationWeek.com, creditada a um reitor de universidade nos Estados Unidos, e concordo absolutamente com a visão. A Apple, também.

Recentemente, a companhia lançou a versão 9.3 do iOS, sistema operacional móvel presente nos tablets e nos iPhones. As mudanças mais relevantes endereçam os desafios do mercado escolar, apesar de servirem também para outros perfis de usuários. Ainda há uma percepção negativa muito grande das escolas aos dispositivos móveis dentro da sala de aula: a mesma reportagem da InformationWeek.com cita que, usualmente, são encontrados nos aparelhos uma “série de aplicativos de diversão e poucas ferramentas” adequadas à necessidade de projetos educacionais.

Com as novidades do sistema operacional da Apple, essa situação tende a ficar no passado, junto dos laboratórios de computadores. Pelo iOS 9.3, o professor consegue bloquear apps e acessar, de seu próprio dispositivo, o conteúdo visto pelos alunos durante a aula. A regra é muito útil quando se consulta um conteúdo para a aplicação de um teste sequencial, por exemplo. O maior controle sobre os iPads permitido pelo iOS 9.3 deixará menos poder nas mãos dos alunos, que serão conduzidos de formas mais direta durante o processo de aprendizagem.

Algumas das principais funcionalidades educacionais são:

  • Um novo app de sala de aula (Classroom App) permite que professores vejam o que os alunos estão fazendo; garante a entrega e travamento remotos de aplicativos; e compartilha as tarefas individuais em uma Apple TV;
  • Simplificação da gestão de dispositivos e dos serviços de configuração dos aparelhos, contas de usuários, distribuição de apps e ebooks e programação de cursos que podem ser enviados por meio da iTunes U, seção da loja virtual voltada a conteúdo educativo;
  • Criação de IDs, mudança de senha e outras atividades em massa, tanto para professores quanto para alunos.
  • iPads compartilhados: uma questão que sempre desponta quando se fala em projetos de mobilidade é o alto preço dos dispositivos da Apple, principalmente quando comparado com modelos Android. Com a nova proposta da fabricante, fica mais fácil partilhar os devices, o que reduz vertiginosamente os custos totais. O sistema, agora, permite que diferentes alunos façam login no mesmo iPad, assim como ocorre em um Mac ou PC, e tenham acesso ao seu conteúdo de forma individualizada em diferentes dispositivos da escola. A Apple trabalha para que esse fluxo ocorra da maneira mais fluida quanto possível por meio de caching inteligente de dados. Essa novidade não beneficia somente escolas, mas também outras indústrias, como varejo e saúde.

No Brasil

O uso de iPads em salas de aula já começou no Brasil, mas ainda há muito o que se aprender por aqui. Entre os principais pontos de alerta estão identificar se o Wi-Fi foi dimensionado para atender um determinado número simultâneo de alunos acessando as aplicações sugeridas pela diretoria; se há ferramentas de gestão que garantam o bom aproveitamento do projeto e impeçam o mau uso dos dispositivos durante o período letivo; e se existe uma política realmente digital para o ensino, potencializando o efeito da ferramenta no processo de aprendizado.

A falta de atenção a esses pontos pode gerar problemas e, até mesmo, resultar em um abandono prematuro de um projeto que teria tudo para ser de sucesso. O uso de dispositivos móveis no ambiente educacional ainda é assunto relativamente novo, e o estudo é essencial – seja com iPads, em sala de aula, seja antes de implantar um projeto de educação baseado em mobilidade.

*Vinícius Boemeke é diretor de marketing e tecnologia da MDM Solutions

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